segunda-feira, 28 de abril de 2014

Relação entre estresse, comportamento alimentar e obesidade

Nessa última semana o feriado fez com que alguns dos leitores pensassem e viessem me fazer umas perguntas muito interessantes sobre como o estresse influencia na alimentação, afinal quando temos um feriado em que podemos relaxar um pouco, percebemos o quanto o estresse do dia-dia afeta nossa qualidade de vida e também nossos hábitos alimentares...
 
Então o post de hoje é dedicado aos meus leitores que andam “estressados”, mas que querem entender o que acontece dentro do seu corpo que faz com que o apetite oscile tanto nos períodos em que o estresse é maior.
Primeiramente é importante saber que o estresse afeta cada pessoa de um jeito diferente.
 
O estresse pode ser definido como "a resposta generalizada do organismo a qualquer fator que domine ou ameace as habilidades do corpo em manter seu equilíbrio".
 
Vários fatores podem induzir uma resposta do corpo ao estresse:
- Físicos (trauma, cirurgia);
 
- Químicos (redução de oxigênio, desequilíbrio ácido-base);
 
- Fisiológicos (choque hemorrágico, dor);
 

- Psicológicos e/ou emocionais (ansiedade, pressão psicológica, medo, tristeza) – esse que é aquele que mais atinge o homem “moderno”;
- Sociais (conflitos pessoais, mudança no estilo de vida).
 
Além disso, esses agentes estressores podem durar por um curto prazo de tempo (sendo momentâneo) caracterizando um estresse agudo, ou ocorrer diariamente por um período maior de tempo, o que é chamado de estresse crônico.
 
As respostas ao estresse agudo ou crônico podem levar a alterações fisiológicas que incluem o esvaziamento gástrico mais lento, a elevação da pressão arterial, ao aumento da frequência cardíaca, a mobilização de reservas de energia e a diminuição do fluxo sanguíneo para os órgãos não essenciais.
Geralmente, um estresse agudo está associado com falta de apetite, enquanto que um estresse crônico comumente está relacionado com o aumento do apetite e aos exageros alimentares.
 
Isso porque, quando nosso organismo sofre um estresse agudo, o corpo reage como se isto fosse uma ameaça à segurança pessoal, gerando uma resposta fisiológica de "fuga ou luta”. Nesse caso, ocorre uma ativação do sistema simpático, com liberação de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), o que resulta na supressão do apetite.
 
Contudo, a exposição do organismo a um estresse crônico, como por exemplo, as pressões no ambiente de trabalho ou situações que agridem nossa saúde mental por um bom tempo, geram um outro efeito no organismo, em que ocorre a hiperativação do eixo hipotálamo-hipófise -adrenal, liberando corticosteróides, que por sua vez estão associados ao aumento do apetite e ao acúmulo de gordura abdominal.
 
Além disso, há algumas evidências que sugerem que os níveis de estresse elevados estão associados a uma vontade maior de consumir alimentos altamente palatáveis ​​e com alta densidade energética, como os doces e guloseimas. Isso pode contribuir para a ingestão calórica excessiva e consequentemente para o ganho de peso.
Mas o que eu faço diante de tudo isso?
Inicialmente, acredito que a informação nos ajuda a conhecer melhor nosso corpo e, sabendo melhor como ele funciona, podemos nos conscientizar e perceber o quanto o estresse do dia a dia é capaz de alterar o jeito com que nosso organismo funciona. Eu citei somente alguns aspectos, mas você já pode imaginar o quanto o estresse prejudica o funcionamento normal do organismo.
Então, se você já sabe que o estresse não faz bem para você e que ele está trazendo consequências negativas para a sua vida cotidiana talvez seja hora de você parar para pensar e definir estratégias para melhorar sua qualidade de vida e sua forma de lidar com o estresse rotineiro.
 
A alimentação com certeza pode te ajudar nisso... seu organismo numa situação de estresse crônico pede que você consuma alimentos... isso é fisiológico... mas como evitar que ele peça isso? Será que sua rotina diária está favorecendo isso? Saiba que os estudos mostram que a atividade física ajuda muito nesses casos e alivia o estresse e a tensão do dia-dia, além de ajudar a queimar calorias extras...
Além disso, quando seu corpo “pede” para você comer, quais alimentos você tem consumido? Existem opções que podem te ajudar nesse momento a aliviar essa vontade e a aumentar a saciedade sem comprometer sua dieta equilibrada... para isso, procure um nutricionista capacitado para te ajudar. Cuide de você!
 
Fica a dica!
 
 
REFERENCIA UTILIZADA: Torres SJ, Nowson CA. Relationship between stress, eating behavior, and obesity. Nutrition. 2007 Nov-Dec;23(11-12):887-94. Epub 2007 Sep 17.

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