terça-feira, 20 de agosto de 2013

Ensinando bons hábitos...

Recentemente a alimentação escolar tem tido maior atenção no nosso país, em que com o objetivo de combater a obesidade infantil, o Senado aprovou um projeto que proíbe a venda de alimentos com baixo valor nutricional ou ricos em gordura e sódio nas cantinas escolares.

"Puxando o gancho” neste assunto, resolvi trazer os resultados de pesquisadores suecos que, em estudo recente, avaliaram o impacto dos professores realizarem refeições junto com as crianças na escola. 


Na Suécia, essa prática tem sido conhecida como "refeições pedagógicas", pelo fato destas refeições contribuírem para que as crianças possam aprender, além das matérias escolares, a terem hábitos alimentares mais saudáveis. No estudo realizado, os pesquisadores queriam observar como os professores interagiam com as crianças durante as refeições, a fim de entenderem melhor como essa prática traz impacto na alimentação das crianças.

Os resultados foram muito interessantes! Eles mostraram que as crianças são educadas de várias maneiras durante as refeições e os professores nestas ocasiões podem gerar ensinamentos importantes sobre alimentação saudável, encorajando as crianças a se alimentarem melhor.

Com ousadia, quero aproveitar este estudo e extrapolar estes dados para nós, os “professores caseiros” de muitas crianças que vivem ao nosso redor.

Quais são os valores, os sabores e os alimentos que incentivamos as nossas crianças a conhecerem e a integrarem em seus hábitos alimentares?

As crianças aprendem conosco, com nossos hábitos de vida... como ela vai conhecer o sabor de uma verdura, uma fruta ou de um legume se ninguém trazer isso para a realidade dela? Infelizmente, vai ser muito difícil isso chegar à ela pela TV, pelos amiguinhos, internet ou celular... na verdade esses veículos muitas vezes informam aquilo que é fácil de ver, comprar e que é atrativo para as nossas crianças... as balas, os doces, os salgadinhos, os biscoitos.... enfim, alimentos que podem ser consumidos, mas que não substituem a riqueza e o valor nutricional encontrados em tantos outros alimentos (como as frutas, verduras, legumes, grãos, leguminosas, laticínios...) que vão realmente contribuir para o crescimento e desenvolvimento saudável de nossas crianças!

Por isso o post de hoje é para refletir... quais hábitos estamos reproduzindo e ensinando?
 
Que tipo de professor você anda sendo?
 
 
Referência utilizada: Christine Persson Osowski, PhD, Helen Göranzon, PhD, Christina Fjellström, PhD. Teachers’ Interaction With Children in the School Meal Situation: The Example of Pedagogic Meals in Sweden. Journal of Nutrition Education and Behavior. published online 13 June 2013. doi:10.1016/j.jneb.2013.02.008 

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Efeitos da permanência da obesidade...

Um estudo que acompanhou indivíduos por cerca de 30 anos verificou que o risco de doença cardíaca aumenta não só com a presença de obesidade, mas também de acordo com quanto tempo uma pessoa é obesa.
No estudo, com cerca de 3300 adultos voluntários, eles perceberam que à cada ano que uma pessoa mantêm-se obesa o risco de desenvolver doenças cardíacas associadas a danos nas artérias aumenta em cerca de 2 a 4%, o que pode ser ainda mais acentuado caso a obesidade seja mais localizada na região abdominal.
Algo muito interessante foi que, quando este estudo começou, em meados da década de 1980, nenhum dos participantes era obeso, porém durante o curso do estudo, mais de 40% destes voluntários se tornaram obesos e 41% destes desenvolveram obesidade abdominal. Os pesquisadores observaram também que aqueles indivíduos que se tornaram obesos tendiam a manter-se obesos durante vários anos.
Com esses resultados, precisamos ficar atentos e refletir sobre alguns pontos...
Já vemos um aumento grande da prevalência da obesidade não só em nosso país, mas também no mundo! E, cada vez mais os mais jovens estão ficando mais obesos em uma idade mais jovem do que em gerações anteriores. Podemos ver isso ao olharmos o crescimento alarmante da obesidade infantil!
Isso tudo se torna muito importante, porque o surgimento precoce e manutenção do estado de obesidade podem ter implicações importantes sobre o futuro da saúde e bem estar dessas pessoas... ou seja, quanto maior a exposição aos efeitos adversos da obesidade, maior o prejuízo para o corpo!
Vale ressaltar, ainda, que não é só uma questão do tempo de duração da obesidade, mas já é um consenso mundial de que a própria situação de obesidade gera uma série de alterações no nosso corpo e prejuízos na nossa saúde!
Então se já sabemos de tudo isso é hora de mudar e encarar esse cenário... muitos indivíduos com sobrepeso estão caminhando para a obesidade e muitos obesos se sentem sem estimulo e força para encarar tantos desafios...
Se você precisa de um estímulo aí está ele: CUIDAR DO SEU CORPO E GERAR VIDA! Dar a ele chances de ficar bem, de funcionar direitinho, de te trazer prazer, bem estar e saúde! Se já sabemos que a obesidade pode trazer tantos prejuízos o maior pretexto para mudar deve ser o amor próprio ao nosso corpo, à nossa vida e à tantas coisas que podemos fazer de forma plena e de bem com a gente mesmo...
Reflita sobre isso e dê uma nova chance à você mesmo e ao seu corpo!
REFERÊNCIA UTILIZADA: Jared Reis, Ph.D., epidemiologist, U.S. National Heart, Lung, and Blood Institute; Gregg Fonarow, M.D., professor, cardiology, University of California, Los Angeles; David Katz, M.D., M.P.H., director, Yale University Prevention Research Center, New Haven, Conn.; July 17, 2013, Journal of the American Medical Association. (JAMA. 2013;310(3):280-288).