terça-feira, 30 de abril de 2013

Dicas para diminuir consumo de sal

Bom, a gente acabou de ver que o elevado consumo de sódio e sal estão relacionados com a hipertensão arterial e com a mortalidade devido à complicãções cardiovasculares...
 
Daí me perguntaram... então, o que podemos fazer para diminuir o consumo de sódio já que tudo que vemos ao redor tem acréscimo do mesmo?
 
Primeiramente é importante afirmar que o sódio é importante para nosso organismo funcionar normalmente, mas que em excesso ele já tem esses efeitos adversos na nossa saúde... por isso é que existem valores de recomendação!
 
A Organização Mundial da Saúde recomenda o consumo MÁXIMO de 2000mg de SÓDIO por pessoa ao dia, o que equivale à 5 gramas de sal ou à uma colher rasa de chá! Essa é a quantidade suficiente manter nosso organismo funcionando adequadamente e manter nossa saúde!
 
Contudo, como é de se esperar, estudos mostram que a maior parte dos brasileiros consome praticamente o DOBRO dessa recomendação e isso pode ser explicado pelo fato de o sódio estar presente na maior parte dos alimentos industrializados, tal como vimos no post anterior...
 
Então aqui vão algumas dicas para nos "mantermos na linha" com relação ao consumo de sódio, de acordo com a CGAN (Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição):
 
1) Evite a utilização de temperos prontos e caldos concentrados, eles são ricos em sódio, glutamato monossódico, dentre outros. Para você ter uma idéia do que estou falando, confira abaixo os resultados obtidos após análise de diversas marcas de temperos prontos pelo Pró Teste (Associação Brasileira de Proteção ao Consumidor).
 
clique na imagem para visualizar melhor 
 
2) Por isso mesmo é MUITO importante ler os rótulos das embaagens e averiguar o teor de sódio dos alimentos que você consome. Se a quantidade de sódio presente for MAIOR do que 400mg em 100g do alimento, você já pode considerar o alimento rico em sódio. Deixo abaixo algumas instruções básicas para quando você for ver o rótulo da embalagem...
 
 
 
 
 
3) Utilize ervas desidratadas, temperos naturais, pimenta e sucos de frutas para temperar os alimentos. Aqui vai uma receitinha de como preparar o sal de ervas!
 
 
4) Reduza aos poucos o sal, assim seu paladar irá se acostumar melhor com o novo sabor! As papilas gustativas presentes na nossa boca, que identificam o gosto salgado, demoram cerca de 3 meses para se adaptar à uma dieta reduzida em sal. Por isso, é questão de tempo o costume à uma dieta mais saudável e pobre em sódio. Pense nisso!

 
 
 
 
4) Não utilize saleiro á mesa e não acrescente sal no alimento depois de pronto!!
 
 
 
 
 
Ficam todas essas dicas para vocês!!!!!! Vamos juntos rumo à uma alimentação mais saudável e sem excessos!!

 
 
Referência utilizada: Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição - CGAN < http://nutricao.saude.gov.br >
 
 
 
 
 
 

domingo, 28 de abril de 2013

Falando um pouquinho sobre o sal e a hipertensão...

Em numerosos estudos epidemiológicos, clínicos e experimentais, percebe-se que a ingestão de sódio na dieta tem sido associada ao aumento da pressão arterial, enquanto que a redução na ingestão de sal na dieta tem sido relacionada com a redução dos níveis da pressão arterial.
Os idosos e os indivíduos obesos parecem ser mais sensíveis aos efeitos do sódio na pressão sanguínea, de tal forma que a redução no consumo de sal também reduz os níveis pressóricos.
Dependendo da pressão sanguínea habitual do indivíduo e do grau de redução do consumo de sal, a pressão sistólica pode ser reduzida em 4 a 8 mmHg.
 
Contudo, a maior diminuição nos níveis de pressão arterial é alcançada quando a ingestão reduzida de sal é combinada também com outras intervenções no estilo de vida, tais como um hábito alimentar mais saudável e a realização de atividade física.
Além disso, a elevada ingestão de sal tem sido associada não só com a hipertensão, mas também com aumento do risco de acidente vascular cerebral e da proteinúria (perda excessiva de proteínas através da urina).
 
Agora vem um alerta: o SÓDIO (que está relacionado ao aumento da pressão arterial) não está somente dentro do sal, mas está em inúmeros alimentos que vemos por aí... alguns deles são os alimentos embutidos (como o presunto, mortadela, salsicha, salame); os temperos prontos; a manteiga/margarina com sal; os alimentos defumados ou submetidos a algum processo de conservação utilizando sal; os alimentos enlatados; o macarrão instantâneo, até mesmo nos refrigerantes, dentre outros... por isso esteja atento aos rótulos dos produtos que você consome!
 
Deixo aqui uma ilustração, com base em dados da ANVISA, colocando a média de sódio encontrada em alguns alimentos...

 
Desta forma, a redução da ingestão de sal e de sódio é uma estratégia muito importante que pode retardar ou prevenir a incidência de terapia anti-hipertensiva e pode ajudar na redução da pressão arterial em pacientes hipertensos que recebem a terapia médica, podendo também ser uma medida simples na redução de custos com a morbidade e mortalidade associada à doenças cardiovasculares.
Referência utilizada: Tiberio M. Frisoli, Roland E, Schmieder, Tomasz Grodzicki, Franz H. Messerli. Salt and Hypertension: Is Salt Dietary Reduction Worth the Effort? The American Journal of Medicine. Volume 125, Issue 5 , Pages 433-439, May 2012.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Obesidade e baixo nível de vitamina D estão associados ao risco de Diabetes tipo II

Pois é... parece que a obesidade pode colocar o corpo de uma pessoa em um ciclo vicioso com baixos índices de vitamina D e que esses fatores juntos podem aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo II.
Os pesquisadores descobriram que, quando alguém é obeso e tem baixos níveis de vitamina D, o risco de a resistência à insulina é muito maior do que quando se têm um desses fatores isolados. Em outras palavras, a deficiência de vitamina D e a obesidade, quando combinados, aumentam o risco de desenvolver resistência à insulina muito mais do que apenas a obesidade ou simplesmente o baixo nível de vitamina D no organismo.
A equipe descobriu também que as pessoas com níveis normais ​​de vitamina D e que eram obesas tinham quase 20 vezes mais chance de possuírem resistência à insulina em comparação com o resto da população. No entanto, pessoas obesas e com baixos níveis séricos de vitamina D eram cerca de 32 vezes mais propensas a ter a resistência à insulina.
E, mais uma vez, nosso metabolismo mostra que é muito perspicaz e está interligado entre si, reagindo de acordo com o que comemos e com o que fazemos com nosso organismo ao longo da nossa vida...
 
Referência utilizada: Karani S. Vimaleswaran, Diane J. Berry, Chen Lu, Emmi Tikkanen, Stefan Pilz, Linda T. Hiraki, et al. "Causal Relationship between Obesity and Vitamin D Status: Bi-Directional Mendelian Randomization Analysis of Multiple Cohorts" PLOS Medicine February 2013 | Volume 10 | Issue 2 | e1001383

quarta-feira, 24 de abril de 2013

A obesidade pode estar associada à deficiência de vitamina D

Um estudo associou o Índice de Massa Corporal (IMC) elevado com baixos níveis de vitamina D, o que é muito relevante considerando o atual aumento da obesidade em todo o mundo.
Mais de 42.000 pessoas de 21 países participaram do estudo. Os pesquisadores tentaram identificar variações genéticas que poderiam estar envolvidas com o IMC e a vitamina D.
Com isso, os pesquisadores descobriram uma a associação entre o IMC elevado e o baixo teor de vitamina D entre todos os diferentes grupos demográficos. Perceberam que à cada 10% de aumento do IMC há uma queda de 4,2% das taxas de vitamina D.
Isso sugere que o IMC mais elevado pode de alguma forma contribuir para menores níveis de vitamina D no organismo, fornecendo evidências para o papel da obesidade como um possível fator de risco causal para o desenvolvimento da deficiência de vitamina D.
O dado revela a importância do monitoramento e medição dos níveis de vitamina D entre indivíduos obesos, lembrando que a vitamina D é essencial para a saúde óssea e está associada também com a prevenção de câncer, diabetes e hipertensão.
Isso tudo é muito importante... para quem pensa que a deficiência de nutrientes ocorre somente em casos de desnutrição e privação do consumo alimentar... hoje já podemos percerber que na obesidade também podemos encontrar deficiência de nutrientes! E isso provavelmente está relacionado com as influências adversas que o excesso de adiposidade possui sobre a saúde do nosso organismo...
Pois é, meus caros leitores, podemos perceber o enorme impacto que o nosso corpo como um todo sofre em condições de excesso de peso e de gordura corporal através de interações com o nosso metabolismo... a obesidade é somente “a ponta do iceberg” que estamos vendo no cenário atual... dentro dela muitas outras coisas estão contidas e vão se manifestando no nosso cotidiano, no cenário de saúde pública, nas pesquisas e nas doenças crônicas (diabetes, dislipidemia, doença cardiovascular, hipertensão...) que vemos se alastrar atualmente na população mundial!
Referência utilizada: Karani S. Vimaleswaran, Diane J. Berry, Chen Lu, Emmi Tikkanen, Stefan Pilz, Linda T. Hiraki, et al. "Causal Relationship between Obesity and Vitamin D Status: Bi-Directional Mendelian Randomization Analysis of Multiple Cohorts" PLOS Medicine February 2013 | Volume 10 | Issue 2 | e1001383

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Primeiro mês de blog!

Olá Pessoal!

Hoje celebramos 1 mês de blog e, pela minha surpresa, já ultrapassamos 800 visualizações de página desde então...

Fico muito feliz em sentir o feedback positivo de vocês e de perceber o quanto instigados estamos em saber um pouquinho mais sobre a alimentação e os caminhos que perpassam por ela no destino à melhora da qualidade de vida e saúde.

Hoje, deixo mais um vídeo extremamente interessante e, de verdade, VALE MUITO A PENA ASSISTIR! O link está logo abaixo e você pode assistir de forma gratuita!

Este vídeo é parte de um discurso de Jamie Oliver a respeito da epidemia de obesidade que enfrentamos em todo o mundo, caracterizado pelo aumento das taxas de diabetes, doenças cardíacas, câncer e outras doenças relacionadas ao estilo de vida... e, além de adultos, cada vez mais as crianças estão sendo acometidas pela obesidade e seus efeitos....

Desta forma, neste vídeo, ele reforça a importância de que as crianças aprendam sobre alimentação e nutrição...
 
É hora de começar a ensinar as crianças sobre a sua alimentação e, meus caros, acredito profundamente que o primeiro passo é alimentar essas crianças com uma comida que exemplifique, na prática, uma dieta saudável!
 
Nós estamos dando o exemplo? Estamos ensinando ou distorcendo valores e conceitos???
 
Fica a dica: Vamos pensar....!


domingo, 21 de abril de 2013

Um pouquinho sobre os pró e prebióticos

Todos nós temos bactérias vivendo em nosso intestino. Isso pode parecer ruim, mas não é! Essas bactérias são muito importantes para que as coisas funcionem bem dentro da gente... Estas bactérias que vivem no nosso intestino são "amigáveis", pois evitam a presença de bactérias ruins em nosso organismo. Essas bactérias que temos em nosso corpo também ajudam a fazer a vitamina K e a manter o sistema imunológico funcionando adequadamente.

Normalmente nós temos uma grande quantidade de bactérias “amigáveis” no nosso organismo. No entanto, a terapia antibiótica, o estresse e as más escolhas alimentares podem causar o que chamamos de Disbiose Intestinal, ou seja, o desequilíbrio na flora bacteriana, o que resulta no crescimento excessivo de bactérias ruins e leveduras.

Em um cenário de disbiose, os prebióticos e probióticos podem ajudar muito ao restaurarem o equilíbrio das bactérias no nosso trato digestivo...
Os probióticos são bactérias benéficas que podem ser encontrados em vários alimentos, ou na forma de suplementos dietéticos. Ao consumir probióticos, adicionamos bactérias saudáveis ​​no nosso trato intestinal. As cepas mais comumente encontradas incluem os Lactobacillos e Bifidobacterium, ambas famílias de bactérias.
As bactérias probióticas como os Lactobacilos são encontrados naturalmente em alimentos fermentados, como o iogurte. Alguns alimentos possuem a adicição de probióticos como ​​ingredientes, sendo especificada no rótulo das embalagens.
Já os prebióticos são alimentos não digeríveis que fazem o seu caminho através do nosso sistema digestivo e ajudam as bactérias boas a crescerem, ou seja, são os “combustíveis” para as nossas bactérias “amigáveis”. Desta forma, os prebióticos também ajudam a alimentar e manter nossa flora bacteriana saudável.
Os prebióticos vêm principalmente a partir de carboidratos chamados de oligossacarídeos. Os oligossacáridos não são digeridos e por isso permanecem no aparelho digestivo onde estimulam o crescimento de bactérias benéficas. As principais fontes de oligossacarídeos são as frutas, legumes e grãos integrais.

E aí pessoal...? Dá pra gente perceber o quanto somos integrados como um todo... e que tudo em equilíbrio faz tão bem para nosso organismo... até mesmo as bactérias são benéficas! Mas antes de sair por aí em busca desenfreada por pró e prebióticos consulte um profissional Nutricionista que avalie suas reais necessidades e prescreva seu uso de forma adequada!

Referências utilizadas:
Collins MD, Gibson GR. "Probiotics, prebiotics, and synbiotics: approaches for modulating the microbial ecology of the gut." Am J Clin Nutr. 1999 May;69(5):1052S-1057S.

Lamoureux L, Roy D, Gauthier SF. "Production of oligosaccharides in yogurt containing bifidobacteria and yogurt cultures." J Dairy Sci. 2002 May;85(5):1058-69.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Beterraba pode ajudar a controlar a pressão arterial

Já sabíamos que a beterraba é rica em diversas vitaminas e minerais, além de fibras... aspectos nutricionais que conferem a ela inúmeros benefícios à saúde...  revigorando nossa energia, melhorando nossa memória, auxiliando em problemas de pele, distúrbios circulatórios, aumentando a resistência imune, dentre outros... Até mesmo o pigmento na beterraba, a Betanina, que dá sua cor rosa intensa, pode ajudar na prevenção do câncer!
 
Agora ainda surgem mais novidades... coloco aqui hoje um estudo bem recente que sugere que a beterraba também pode ajudar no controle da pressão arterial...
Pessoas com pressão arterial elevada que beberam cerca de 250ml (1 copo) de suco de beterraba ao dia tiveram uma diminuição da pressão arterial em cerca de 10 mmHg. Este efeito foi mais intenso no período de 3 a 6 horas após o consumo do suco, mas ainda percebiam-se efeitos até 24 horas depois do consumo.
A beterraba possui uma substância chamada nitrato, que, quando consumida é convertida a um composto químico chamado nitrito e, em seguida, para o óxido nítrico no sangue. O óxido nítrico é um gás que "alarga" os vasos sanguíneos e auxilia no fluxo de sangue.
O suco consumido no estudo continha cerca de 0,2 g de nitrato, níveis que também podemos encontrar ao consumir uma bacia grande de alface ou cerca de duas beterrabas médias. Outros alimentos fontes de nitrato são a acelga, espinafre, rabanete, agrião, salsa, couve, nabo, aipo, brócolis, couve flor, pepino, cenoura......... enfim, dá pra perceber que uma alimentação variada e colorida com muitas folhas e vegetais dá pra garantir a presença do nitrato na dieta do dia a dia, pois, como podemos perceber neste estudo, uma pequena quantidade de nitrato já é capaz de gerar um efeito bastante significativo.

No Brasil, a prevalência atual estimada de hipertensão é de 35% na população acima de 40 anos. Isso representa em números absolutos um total de 17 milhões de portadores da doença, segundo estimativa de 2004 do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). O diagnóstico de hipertensão arterial, é um fator de risco muito importante para doenças cardíacas e derrames.

Neste sentido, podemos ver mais um beneficio (dentre os inúmeros outros) de consumir vegetais... comer vegetais proporciona uma alimentação rica em vários nutrientes e fibras, podendo ser uma forma acessível e de baixo custo para controlar direta e indiretamente doenças crônicas, tais como a hipertensão.
 
Referências utilizadas:
 
Ghosh et al. Enhanced Vasodilator Activity of Nitrite in Hypertension Critical Role for Erythrocytic Xanthine Oxidoreductase and Translational Potential. Hypertension. published online April 15, 2013.
 
Portal da Saúde - SUS < http://portal.saude.gov.br> 

terça-feira, 16 de abril de 2013

Novidade entre o consumo de carnes vermelhas e o risco de doenças cardíacas

A carnitina, um composto abundante na carne vermelha e também adicionado em bebidas energéticas populares foi associada com a promoção da aterosclerose e obstrução das artérias do nosso organismo.

De acordo com a pesquisa publicada na revista Nature Medicine, as bactérias que vivem no trato digestivo humano metabolizam a carnitina, transformando-a em N-óxido de trimetilamina (TMAO), um metabólito associado com a promoção da aterosclerose em seres humanos.

Além disso, a pesquisa constata que uma dieta rica em carnitina promove o crescimento das bactérias que metabolizam a carnitina, agravando o problema através da produção de mais TMAO e contribuindo ainda mais para o processo de aterosclerose.

O estudo analisou os níveis de carnitina e de TMAO em onívoros, vegans e vegetarianos e examinou os dados clínicos de 2.595 pacientes submetidos a avaliações cardíacas eletivas. Com isso, eles perceberam que os pacientes que tinham maiores índices de doenças cardíacas (como ataque cardíaco e derrame) eram os que também apresentavam altos índices de carnitina e TMAO.
Ao oferecerem carne a 77 voluntários, incluindo indivíduos vegans e vegetarianos, os pesquisadores descobriram tipos específicos de micróbios do intestino associados aos níveis plasmáticos de TMAO e aos padrões alimentares, encontrando níveis basais de TMAO significativamente menores entre os vegans e vegetarianos em comparação com os onívoros.

Algo mais interessante ainda foi que, notavelmente os vegans e vegetarianos, mesmo após o consumo de uma dieta com grande quantidade de carnitina, não produziram níveis significativos de TMAO quando comparados com os onívoros que consumiram a mesma quantidade de carnitina.

Isso nos mostra que as bactérias que vivem em nossos tratos digestivos são influenciadas diretamente pelos hábitos alimentares que seguimos a longo prazo. Percebemos, através deste estudo, que uma dieta rica em carnitina é capaz de mudar a composição microbiana do nosso intestino, aumentando a susceptibilidade da formação de TMAO e seus efeitos ateroscleróticos.

Eles também examinaram os efeitos cardíacos da carnitina administrando uma dieta reforçada com este composto em ratos, descobrindo que o TMAO pode  influenciar o metabolismo do colesterol e diminuir o ritmo de remoção das placas de colesterol que se acumulam nas paredes das artérias.

O recado que esta pesquisa nos deixa e que também pretendo deixar também é de que é importante observar nossos hábitos alimentares... o excesso já sabemos que não é o melhor caminho e a exceção de vez em quando é interessante... contudo, a rotina alimentar possui grande impacto!

Referência utilizada: Robert A Koeth, et al. Intestinal microbiota metabolism of l-carnitine, a nutrient in red meat, promotes atherosclerosis. Nature Medicine ; published online 7 April 2013. doi:10.1038/nm.3145



 

domingo, 14 de abril de 2013

Pesquisadores fabricam tomates que imitam ações do "bom colesterol"

Nesta época em que falam tanto sobre os tomates olha que pesquisa interessante...
 
Pesquisadores da Universidade da Califórnia criaram tomates geneticamente modificados para produzir um peptídeo (6F) que, quando consumidos, imitariam as ações da proteína do HDL colesterol, popularmente conhecido como “bom colesterol”.

Em teste, este grupo de pesquisadores descobriu que os ratos que foram alimentados com os tomates geneticamente modificados tiveram menores índices de inflamação e menor acúmulo de placa em suas artérias.

Além disso, após os tomates terem sido ingeridos pelos ratos, o peptídeo mostrou-se ativo no intestino delgado, mas não no sangue, o que, segundo o grupo de pesquisadores, sugere que a segmentação do intestino delgado pode ser uma nova estratégia de pesquisa para prevenir a aterosclerose associada à alimentação.

Desta forma, segundo os pesquisadores que desenvolveram o projeto, parece ser provável que o mecanismo de ação dos peptídeos dos tomates envolve o metabolismo lipídico no intestino, o que impactaria positivamente os índices de colesterol.

Esta pesquisa foi realizada somente em modelos experimentais animais e pode contribuir numa série de outras futuras pesquisas que nos ajudarão a entender os mecanismos metabólicos que estão envolvidos com o colesterol e com a inflamação.

 
Referência utilizada: University of California - Los Angeles Health Scie. "Tomatoes Created That Mimic Actions Of Good Cholesterol."

sábado, 13 de abril de 2013

Não consumir leite e derivados pode aumentar o risco de síndrome metabólica

A síndrome metabólica é um conjunto de várias anormalidades metabólicas que juntas potencializam o risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e outras doenças. Entre as anormalidades metabólicas envolvidas na síndrome metabólica destacam-se a intolerância à glicose (diabetes tipo 2, tolerância à glicose diminuída ou glicemia de jejum alterada), resistência à insulina, obesidade central, dislipidemia, hipertensão, dentre outros.
Uma pesquisa realizada entre universitários de idades variando de 18 a 25 anos mostrou que, os jovens que não consomem pelo menos as 3 porções recomendadas de produtos lácteos por dia têm 3 vezes mais chances de desenvolver síndrome metabólica, quando comparados aos que fazem o consumo de laticínios adequados.
Percebeu-se no estudo o dado alarmante de que somente 1 à cada 4 jovens consumiam a quantidade recomendada de laticínios ao dia.
O que se torna ainda mais alarmante é o fato de saber que ¾ da população estudada encontra-se em risco para o desenvolvimento da síndrome metabólica.
O estudo coletou informações de 339 universitários mexicanos, que preencheram um questionário de frequência alimentar e foram avaliados os fatores de risco da síndrome metabólica. A análise foi controlada por sexo, idade, história familiar de doença cardiovascular e diabetes tipo 2 e atividade física.
Embora os cientistas acreditem que os produtos lácteos sejam fator protetor contra a obesidade e os problemas de saúde que acompanham o “peso extra”, eles ainda não tem certeza sobre qual o mecanismo que faça com que isso aconteça... as hipóteses a serem estudadas em próximos estudos giram em torno do cálcio e das proteínas contidas no leite e seus derivados... contudo, as evidências sugerem que os produtos lácteos são eficazes em atingir e manter um peso saudável!
Por conta disso, destaco aqui também a importância do desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis ​​em todas as etapas da vida, inclusive nesta faixa etária... precisamos nos atentarmos mais à nossa alimentação de hoje para evitar efeitos indesejáveis no futuro... os jovens e adolescentes têm cada vez mais acessos aos produtos processados, embutidos, industrializados e esquecem de observar aspectos fundamentais na nossa alimentação...
O consumo de laticínios possui baixo custo e ao mesmo tempo contribui para a manutenção da saúde e para a diminuição do risco de doenças futuras...

Fica a dica de hoje: Tome leite e consuma também seus derivados adequadamente!
 
Referência utilizada: Michelle A. Mosley, Flavia C. D. Andrade, Celia Aradillas-Garcia, Margarita Teran-Garcia. Consumption of Dairy and Metabolic Syndrome Risk in a Convenient Sample of Mexican College Applicants. Food and Nutrition Sciences, 2013, 4, 56-65. doi:10.4236/fns.2013.41009

terça-feira, 9 de abril de 2013

Consumo EXCESSIVO de frutose pode contribuir para a obesidade

Pessoal, mais uma vez venho reforçar que nada em EXCESSO é bom para nosso organismo...
Como já sabemos, a obesidade é cada vez mais prevalente no Brasil e em todo o mundo... e as causas da obesidade são chamadas de multifatoriais, pois uma série de fatores estão associados ao seu desenvolvimento... e, com certeza, podemos perceber que a obesidade está muito relacionada aos nossos hábitos alimentares e de estilo de vida atuais, ou seja, a obesidade também é um fenômeno ambiental e relacionado com os tipos de alimentos amplamente e exageradamente consumidos na nossa “sociedade moderna”.
Por isso, uma muitos pesquisadores tem estudado os componentes da nossa alimentação e seu impacto em nosso organismo quando consumidos em exagero...
E daí, vem o assunto do post de hoje...
Um novo estudo mostrou os efeitos da frutose no cérebro, encontrando diferenças que podem explicar como as dietas ricas em frutose podem estar por trás da epidemia de obesidade que observamos atualmente.
Ops... a frutose ????
Sim... mas vamos conversar com calma...
Na nossa dieta ocidental, a frutose vem de duas fontes: como um composto natural das frutas e como um ingrediente adicionado em alimentos processados.
Empresas alimentares utilizam a frutose porque ela é mais doce do que a glicose e ajuda a estabilizar os alimentos processados.
O xarope de milho, por exemplo, é uma substancia muito utilizada nos alimentos processados e possui alto teor de frutose, sendo utilizado para melhorar o aspecto de produtos de panificação, porque produz um escurecimento mais consistente.
E daí vem a questão dos “alimentos amplamentes consumidos nos novos hábitos da nossa sociedade moderna” ... e a questão é que existe um EXAGERO muito grande e que, juntando tudo o que consumimos, podemos atingir quantidades também EXAGERADAS de frutose... e como já disse várias vezes, o EXAGERO não é saudável e nada em EXCESSO é bem aproveitado pelo nosso organismo...
Ou seja, os aumentos substanciais na utilização da frutose como adoçante na nossa alimentação atual pode desempenhar um papel importante na epidemia da obesidade.
Alguns estudos realizados em animais sugerem que um consumo exagerado de frutose pode gerar um aumento no comportamento de busca e consumo de alimentos.
Contudo, não estava claro como as regiões do cérebro que estão por trás dessas alterações são afetadas em seres humanos.
Desta forma, o estudo que trago hoje, realizou sessões de ressonância magnética para examinar as mudanças no fluxo sanguíneo em certas partes do cérebro.
E o que eles encontraram foi ainda mais interessante!
Eles perceberam que o consumo de grandes quantidades de frutose estimulou fracamente a secreção de hormônios que agem no cérebro para aumentar a saciedade. Desta forma, concluiram que o elevado consumo de frutose pode aumentar o comportamento de busca e gerar o maior consumo de alimentos.
Mas antes de qualquer coisa vamos pensar a respeito destas informações...
Uma coisa que quero deixar muito claro aqui é que estamos falando a respeito do consumo EXAGERADO de uma mesma substância!
Um outro aspecto extremamente importante é de que a frutose contida numa fruta é metabolizada de forma diferente da frutose consumida em um alimento processado.
A frutose que está numa fruta está recheada de uma série de excelentes nutrientes e, por conta das fibras, é liberada lentamente no organismo, não tendo os mesmos efeitos do que uma frutose que está processada e super biodisponivel num alimento industrializado.
Ou seja, a frutose contida numa fruta é MUITO diferente para o nosso organismo da frutose que existe num alimento processado!
Inclusive, os próprios pesquisadores do estudo e pessoas ligadas à esta área de estudo orientam o quanto é importante que as pessoas cozinhem mais as refeições em casa, diminuindo a adição e limitando o consumo de alimentos processados ​​que contêm frutose e xarope de milho, por exemplo.
E, claro, não poderia deixar de dar minha dica de hoje: Que todos nós tenhamos o consumo diário de frutas, pois estas fornecem uma série de nutrientes que são extremamente importantes... as vitaminas, minerais, as fibras, os antioxidantes, dentre inumeros outros compostos bioativos!
 
Referências utilizadas:
Page KA, Chan O, Arora J, and others;"Effects of Fructose vs Glucose on Regional Cerebral Blood Flow in Brain Regions Involved With Appetite and Reward Pathways" JAMA 2013;309(1):63-70; DOI:10.1001/jama.2012.116975.

Purnell JQ, Fair DA. "Fructose Ingestion and Cerebral, Metabolic, and Satiety Responses". JAMA2013;309(1):85-86; DOI:10.1001/jama.2012.190505;