sexta-feira, 31 de maio de 2013

A fome na hora de ir ao supermercado....


Todos nós vamos ao supermercado com uma certa frequência... mas é importante prestar atenção em alguns detalhes que podem influenciar uma alimentação saudável.
Um estudo recente confirma algo que você já deve ter ouvido por aí... ele sugere que os consumidores que vão ao supermercado com fome tendem a comprar produtos mais calóricos!
Eles desenvolveram um experimento no qual 68 participantes foram convidados a evitar comer por cinco horas, fazendo jejum e, em seguida, a fazer compras on-line em um supermercado simulado pelo estudo, contendo alimentos de alto e baixo teor calórico. Cada item de alto teor calórico foi exibido ao lado de um item de baixa caloria semelhante, contudo os preços desses alimentos não foram inclusos. Além disso, em algumas sessões, os pesquisadores forneciam biscoitos para os participantes para que eles estivessem satisfeitos antes de iniciarem suas compras.
Com isto, os pesquisadores perceberam que as pessoas que jejuaram por cinco horas antes de fazer compras tendiam a comprar alimentos mais calóricos do que quando estavam satisfeitas.
Em um segundo estudo, 82 pessoas foram monitorados enquanto faziam compras em um supermercado, ou depois do almoço, quando eles estavam “cheios”, ou antes do jantar, quando estavam com fome.
Os resultados mostraram que as pessoas que estavam com fome escolheram um número mais elevado de alimentos altamente calóricos, contudo houve pouca diferença entre o número total de produtos alimentares selecionados por esses indivíduos em comparação com os consumidores que estavam “cheios”.
Em outras palavras, as pessoas que realizavam compras estando com fome compram menos alimentos de baixa caloria, numa proporção de suas compras de alimentos realizadas no geral, não comprando itens a mais, porém alterando a proporção de alimentos mais e menos calóricos.
Isso tudo é muito importante, pois nessa correria do dia a dia ficamos fazendo vários jejuns, na maioria das vezes não intencionais, e sem perceber isso pode estar repercutindo na nossa geladeira, nos nossos armários e claro, em nossa alimentação! Ou seja, a decisão que você faz hoje em realizar compras estando com fome pode afetar sua alimentação por vários dias seguidos sem você perceber....!
Esta é a dica de hoje! Evite ficar em jejum, principalmente quando for ao supermercado!
Referência utilizada:
Aner Tal, Brian Wansink. Fattening Fasting: Hungry Grocery Shoppers Buy More Calories, Not More Food. JAMA Intern Med. 2013;():1-2. doi:10.1001/jamainternmed.2013.650.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

2 meses de blog!

Olá pessoal!
 
Estamos no segundo mês de blog e cada vez mais tenho só a agradecer pelas mais de 1300 visualizações de páginas e pelo envolvimento de cada um de vocês para com os temas relacionados à alimentação, à saúde e ao bem - estar!
 
Hoje recomendo um vídeo muito interessante, falando a respeito do desperdício de alimentos...
 
Com certeza você já ouviu falar sobre isso e sabe que isso existe, mas será que você realmente sabe sobre este assunto e suas dimensões reais...?
 
Fica a dica!!!
 

Tristram Stuart: O escândalo do desperdício global de alimentos



segunda-feira, 20 de maio de 2013

Falando sobre radicais livres e antioxidantes...

O que são antioxidantes? Como o próprio nome diz, os antioxidantes são substâncias que são capazes de neutralizar os efeitos nocivos, mas normais, do processo fisiológico de oxidação no tecido animal.
Os antioxidantes podem ser nutrientes (vitaminas e minerais), bem como enzimas (proteínas no seu corpo que ajudam nas reações químicas).
Acredita-se que desempenham um papel importante na prevenção do desenvolvimento de doenças crônicas tais como o câncer, a doença cardíaca, o acidente vascular cerebral, a doença de Alzheimer, a artrite reumatóide e cataratas.
O estresse oxidativo ocorre quando a produção de moléculas prejudiciais chamadas radicais livres está além da capacidade de proteção das defesas antioxidantes.
 
 

 
 
Os radicais livres são átomos quimicamente ativos ou fragmentos moleculares que possuem uma carga devido a um excesso ou deficiência de eletróns.
Os radicais livres contendo oxigênio, chamados de espécies reativas de oxigênio (ROS), são os radicais livres biologicamente mais conhecidos.
Por possuírem um ou mais eletrons não emparelhados, os radicais livres são altamente instáveis! Eles percorrem o nosso corpo para pegar ou doar elétrons para as células, danificando as proteínas e o DNA (material genético) delas.
 
 
 
 


 
O mesmo processo oxidativo é o responsável pelo aspecto rançoso de óleos; pelo fato de maçãs descascadas ficarem com a coloração marrom; pela ferrugem no ferro, dentre várias outras coisas que acontecem no nosso cotidiano...
É impossível evitarmos os danos causados ​​pelos radicais livres. Os radicais livres surgem de fontes tanto de dentro (endógenos) quanto de fora (exógenos) do nosso corpos.
Os oxidantes endógenos, que se desenvolvem a partir de processos biológicos de dentro do  nosso corpo, são produzidos através da nossa própria respiração, do nosso metabolismo, da inflamação...  Já os radicais livres exógenos são formados a partir de fatores ambientais como a poluição, a radiação solar, o fumo e o álcool.
Os antioxidantes bloqueiam o processo de oxidação neutralizando os radicais livres. Ao fazer isso, os antioxidantes tornam-se oxidados. É por isso que há uma necessidade constante de repor os nossos recursos antioxidantes... é um ciclo que ocorre continuamente e naturalmente dentro de nós...
 
 
Confira a figura abaixo...
 
 
 
Nossos sistemas antioxidantes que agem contra esses radicais não são perfeitos, assim conforme vamos envelhecendo partes de células danificadas pela oxidação podem se acumular...
Neste cenário todo, os antioxidantes vindos da nossa alimentação parecem ser de grande importância no controle dos danos causados por radicais livres.
 
Cada nutriente é único em termos de sua estrutura e função antioxidante!
 
Existe uma variedade muito grande de nutrientes antioxidantes, vou falar aqui um pouquinho de alguns deles......

A vitamina E é solúvel em gordura e por isso possui uma posição única para proteger as membranas celulares (que são em grande parte compostas de ácidos graxos) dos danos causados ​​pelos radicais livres. O alfa-tocoferol também protege as gorduras que ficam armazenadas em lipoproteínas de baixa densidade (LDL ou colesterol "ruim") dos processos de oxidação. A vitamina E é encontrada em óleos vegetais, nozes, amendoim, amêndoas, sementes, azeitonas, abacate, gérmen de trigo...
A vitamina C, também conhecida como ácido ascórbico, é uma vitamina solúvel em água. Como tal, elimina os radicais livres que estão em um meio aquoso (líquido), como aquele que existe dentro de nossas células. A vitamina C funciona sinergicamente com a vitamina E para eliminar os radicais livres, pois ela também regenera a forma reduzida da vitamina E. Boas fontes de vitamina C são as frutas cítricas, como abacaxi, acerola, laranja, limão, tangerina, kiwi, além de outros alimentos como o brócolis, o pimentão, o tomate...
A vitamina A (principalmente o betacaroteno), também é uma vitamina solúvel em água é muito estudada como um nutriente potente em  eliminar o oxigénio atômico (uma forma energizada, mas sem carga de oxigênio, que é tóxica para as células). As fontes comuns de beta-caroteno incluem melão, manga, mamão, abóbora, espinafre, couve, abóbora, etc...
O selênio é um mineral que precisamos consumir em pequenas quantidades, mas sem o qual não poderíamos sobreviver. Ele forma o centro ativo de várias enzimas antioxidantes incluindo a glutationa peroxidase. Assim como o selênio, os minerais manganês e zinco são microelementos que formam uma parte essencial de várias enzimas antioxidantes. Podemos encontrar o selênio em frutos do mar, em castanhas, em grãos integrais...
Como falamos no começo deste post, várias doenças têm sido diretamente relacionadas com os danos oxidativos. O dano oxidativo gerado pelos radicais livres pode conduzir a inativação de enzimas, a mutações, rupturas de membrana celular, maior aterogenicidade de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), a disfunção mitocondrial e à morte celular.
 
Estes são efeitos tóxicos do oxigénio (originados pelas ROS) e estão implicados no envelhecimento e no desenvolvimento de doenças inflamatórias crônicas, degenerativas e relacionadas com a idade.
 




Na tentativa de neutralizar os danos do estresse oxidativo e prevenir doenças, a alimentação com antioxidantes, provenientes de fontes naturais, está se tornando cada vez mais convincente. As quantidades que precisamos desses micronutrientes podem ser atingidas através de uma alimentação variada e equilibrada... Já sabemos que além da capacidade antioxidante, comer frutas, grãos, verduras e legumes possui uma infinidade de beneficios por conta dos diversos nutrientes que contêm que são essenciais para nossa qualidade de vida e saúde!
Faça da sua alimentação a sua fórmula para se manter bem consigo mesmo e com saúde!!

 
Referências utilizadas:
Evans P, Halliwell B. Micronutrients: oxidant/antioxidant status. Br J Nutr 2001;85 (Suppl 2):S67-S74.
Iris F.F. Benzie. Evolution of dietary antioxidants . Comparative Biochemistry and Physiology Part A 136 (2003) 113–126.
 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

A TPM e a Nutrição


A tensão pré-menstrual, a conhecida TPM, é uma causa comum de problemas físicos, sociais e comportamentais de milhares de mulheres em todo o mundo.
 
A TPM ocorre periodicamente em cerca de uma a duas semanas antes do início da menstruação (a fase lútea). No entanto, a causa exata da TPM ainda é desconhecida.
 
Contudo, pensa-se que os hormônios produzidos pelos ovários, particularmente a progesterona, provocam os sintomas da TPM através da liberação de “neurotransmissores”, que atuam como “mensageiros” químicos no nosso cérebro.
 
Mas além dos neurotransmissores, muitas enzimas, vitaminas e minerais parecem estar envolvidas neste processo, levando à especulação e investigação sobre o papel das vitaminas e minerais na TPM e de que forma eles poderiam amenizar os sintomas dessa síndrome.
Os sintomas da TPM variam entre as mulheres, podendo também apresentar sintomas diferentes a cada mês. Estes incluem alterações de humor, irritabilidade, aumento do apetite, desejos por carboidratos e álcool, sensibilidade mamária, dores de cabeça e retenção hídrica.
Outra constatação interessante encontrada em alguns estudos é de que as mulheres com doenças crônicas descompensadas podem ter maior gravidade nos sintomas da TPM, isto aconteceria devido ao fato de que com as doenças descompensadas, alguns marcadores inflamatórios ficam mais elevados, gerando uma espécie de estresse orgânico que poderia intensificar os sintomas relacionados à TPM.
Por mais que não hajam consensos, os estudos já realizados são concordantes em dizer que uma dieta saudável é essencial para ajudar a reduzir os sintomas da TPM. Isso significa realizar refeições equilibradas com alimentos variados em quantidades adequadas e ter cautela na ingestão diária de sal, álcool, cafeína, gorduras trans e saturadas.
Há evidências também de que o consumo adequado das necessidades de cálcio e vitamina D em nossa alimentação diária estão associadas à menor incidência de TPM.
Recentemente, um estudo mostrou que uma dieta adequada em vitaminas B1 e B2 pode reduzir a incidência da TPM em 35%. No entanto, eles perceberam que tomar suplementos dessas vitaminas não gerou nenhum efeito! Ou seja, o exagero não é o melhor caminho!! 
O excesso de ingestão de álcool também parece agravar os sintomas da TPM. O álcool também pode reduzir os estoques corporais de vários nutrientes essenciais, incluindo as vitaminas do complexo B que falamos anteriormente. Estudos sugerem que algumas mulheres com TPM possuem maior desejo por álcool no período pré-menstrual, mas que elas também são menos capazes de metabolizar esse álcool. Por isso é aconselhável evitar a “bebedeira” e não exagerar no consumo de álcool!


Durante a fase lútea, muitas mulheres, especialmente aquelas com TPM, possuem aumento no apetite e tendem a comer mais, principalmente doces e chocolates. Os estudos sugerem que o aumento no apetite seja causado por um pequeno aumento das necessidades energéticas das mulheres relacionado ao aumento na temperatura do corpo e da taxa metabólica nestes episódios. No entanto, a magnitude do aumento da necessidade energética  é muito pequena, não justificando a “comilança”, que acaba ocasionando um ganho de calorias extras e gerando ganho de peso.
Além disso, a incidência de obesidade entre mulheres têm sido fortemente associada com a TPM. Estudos mostram, ainda, que em mulheres com sobrepeso ou obesas, uma pequena perda ponderal já pode ajudar a aliviar os sintomas da TPM.
Desta forma, evitar o ganho excessivo de peso pode ser uma forma muito importante de diminuir a frequência e os sintomas da TPM.
Querem se livrar da TPM ou pelo menos reduzir seus sintomas?
Uma alimentação adequada e saudável é o melhor caminho...!
 
Referências utilizadas:
Alvir, J.M., Thys-Jacobs, S. (1991) Premenstrual and menstrual symptom clusters and response to calcium treatment.  Psychopharmacol Bull. 27(2),145-8
Bussell, G. (1998) Pre-menstrual Syndrome and Diet. Journal of Nutritional & Environmental Medicine 8, 65-75
Cross, G.B., Marley, J, .Miles, H., Willson, K. (2001) Changes in nutrient intake during the menstrual cycle of overweight women with premenstrual syndrome. Br J Nutr. 85(4), 475-82
Benton, D. (2002) Carbohydrate ingestion, blood glucose and mood. Neurosci Biobehav Rev.26(3), 293-308
Bäckström, T., Andreen, L., Birzniece, V., Björn, I., Johansson, I.M., Nordenstam-Haghjo, M., Nyberg, S., Sundström-Poromaa, I., Wahlström, G., Wang, M., Zhu, D. (2003) The role of hormones and hormonal treatments in premenstrual syndrome. CNS Drugs.17(5), 325-42.
Bertone-Johnson, E.R., Hankinson, S.E., Bendich, A., Johnson, S.R., Willett, W.C., Manson, J.E. (2005) Calcium and vitamin D intake and risk of incident premenstrual syndrome. Arch Intern Med.165(11), 1246-52.
Masho, S.W., Adera, T., South-Paul, J. (2005) Obesity as a risk factor for premenstrual syndrome.  J. Psychosom Obstet Gynaecol. 26(1), 33-39
Puder JJBlum CAMueller BDe Geyter ChDye LKeller U  Menstrual cycle symptoms are associated with changes in low-grade inflammation. Eur J Clin Invest. 2006 Jan;36(1):58-64
Gold, E.B., Bair, Y., Block, G., Greendale, G.A., Harlow, S.D., Johnson, S., Kravitz, H.M., Rasor, M.O., Siddiqui, A., Sternfeld, B., Utts, J., Zhang, G. (2007) Diet and lifestyle factors associated with premenstrual symptoms in a racially diverse community sample: Study of Women's Health Across the Nation (SWAN). J Womens Health (Larchmt) 16(5), 641-56.
Bertone-Johnson, E.R., Chocano-Bedoya, P.O., Zagarins, S.E., Micka, A.E., Ronnenberg, A.G. (2010). Dietary vitamin D intake, 25-hydroxyvitamin D3 levels and premenstrual syndrome in a college-aged population.  J Steroid Biochem Mol Biol. 121(1-2), 434-7.
Chocano-Bedoya, P.O., Manson, J.E., Hankinson, S.E., Willett, W.C., Johnson, S.R., Chasan-Taber, L., Ronnenberg, A.G., Bigelow, C., Bertone-Johnson, E.R. (2011) Dietary B vitamin intake and incident premenstrual syndrome. Am J Clin Nutr. Feb 23.
 

sábado, 11 de maio de 2013

O estresse na gestação pode interferir na saúde do bebê!

O ambiente intra-uterino desempenha um papel fundamental na saúde do bebê...
Pesquisadores afirmam que o estresse da mãe, devido a causas sócio-econômicas ou psico-sociais está associado com o desenvolvimento de patologias relacionadas com a obesidade.
Estes pequisadores determinaram o efeito do estresse moderado crônico durante o desenvolvimento embrionário nas alterações fenotípicas, bioquímicas e hormonais de ratos.
Para isso, os investigadores estudaram dois grupos de ratos, com e sem tensão, e examinaram na prole quaisquer alterações na expressão genética que estivesse relacionada com a obesidade e o metabolismo no tecido adiposo.
A conclusão geral foi que, durante o desenvolvimento intra-uterino, o estresse gerou aumento na ingestão de uma dieta hipercalórica nas ratas, repercutindo em um aumento da gordura corporal e de alterações bioquímicas, hormonais e genéticas.
Hoje em dia muitas mulheres continuam com suas vidas agitadas durante a gravidez quase até o nascimento, sem perceber o estresse a que estão submetidas o tempo todo.
O estresse, que durante a vida normal de uma mulher pode parecer não afetar tanto a sua saúde, pode estar alterando o desenvolvimento do bebê e levando a uma predisposição para o desenvolvimento de patologias na vida adulta, possivelmente devido a uma modificação epigenética.

Por isso, nós já discutimos aqui em outros posts que a obesidade não é uma doença com uma única causa... a prevalência crescente da obesidade não pode ser atribuída unicamente a fatores genéticos ou à má alimentação, mas também ao estilo de vida e a fatores ambientais adversos que vivenciamos no dia a dia... a obesidade é de causa multifatorial e todos esses fatores podem estar relacionados entre si, de tal forma que os fatores ambientais podem ter uma influência sobre os mecanismos da expressão gênica.
 
Desta forma, uma vida saudável durante a gravidez não consiste apenas de uma boa dieta, com uma oferta adequada de vitaminas e minerais, mas também de como lidamos com a nossa rotina atribulada no dia a dia... de como cuidamos do nosso estado físico, emocional... enfim, como lidamos com o contexto em que vivemos...

A união de uma alimentação adequada com tudo isso é a "formulinha mágica" que gera o que chamamos de saúde!

Referência utilizada: L. Paternain, A.L. de la garza, M.A. Batlle, F.I. Milagro, J.A. Martínez & J. Campión. "Prenatal stress increases the obesogenic effects of a high-fat-sucrose diet in adult rats in a sex-specific manner". Stress, 16(2): 220–232, março de 2013. 

sexta-feira, 10 de maio de 2013

A "dieta ocidental" e o envelhecimento

Um novo estudo britânico fornece novas evidências de que a chamada “dieta ocidental” pode não pode ser boa a longo prazo.

A “dieta ocidental” é aquela caracterizada pela presença acentuada de alimentos fritos e doces, carne vermelha e processada, cereais refinados e produtos ricos em gordura, além dos famosos fast foods. Você se identificou com essa dieta? Pois é... nosso mundo ocidental tem abusado um pouquinho destes tipos de alimentos...
E esta “dieta ocidental”, como já era de se esperar, está associada com um maior risco de mortalidade e a uma menor qualidade de vida e saúde ao chegar na velhice.

O estudo incluiu cerca de 3.800 homens e 1.600 mulheres na Grã-Bretanha, com uma média de idade de 51 anos, que foram acompanhados entre os anos de 1985 a 2009. O grupo de pesquisadores examinou o impacto da alimentação no envelhecimento.

Ao final deste período os pesquisadores perceberam que 4% dos participantes tiveram um envelhecimento ideal (definido como aquele livre de doenças crônicas e de alto desempenho físico, mental e cognitivo); 12,7% tiveram evento cardiovascular não fatal, 2,8% teve morte associada à doença cardiovascular; 7,3% morreram por outras causas e 73,2% teve um envelhecimento normal .
Os pesquisadores perceberam que aqueles indivíduos que se alimentavam com base em uma dieta ocidental eram os menos propensos a ter o envelhecimento ideal.

Isso mostra que evitar os alimentos da “dieta ocidental” pode realmente melhorar a possibilidade de alcançar maiores idades com menor risco de doenças crônicas e com uma melhor qualidade de vida e funcionalidade...
E, claro, além de tudo, uma alimentação saudável é o caminho para a redução de todos esses riscos!!!
Essa é a dica de hoje!

Referência utilizada: Tasnime Akbaraly, Séverine Sabia, Gareth Hagger-Johnson, Adam G. Tabak, Martin J. Shipley, Markus Jokela, Eric J. Brunner, Mark Hamer, G. David Batty, Archana SinghManoux, Mika Kivimaki. "Does Overall Diet in Midlife Predict Future Aging Phenotypes? A Cohort Study.” The American Journal of Medicine, Volume 126, Issue 5 (May 2013) published by Elsevier.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

A Nutrição na saúde dos olhos

Nossos olhos e consequentemente nossa visão necessitam de nutrientes para se manterem saudáveis e realizarem suas funções de forma adequada.
Já sabemos há muito tempo que a vitamina A é essencial para uma visão normal, mas além disso, as pesquisas indicam que nutrientes como a vitamina C, vitamina E, beta caroteno (precursor da vitamina A), o zinco e a luteína (um carotenóide antioxidante  presente em alguns vegetais e frutas, como espinafre, couve-flor, brócolis, laranja, mamão...) podem ajudar a reduzir o risco de degeneração macular relacionada à idade avançada, que atualmente é uma das principais causas de cegueira entre idosos.
Além disso, outros estudos sugerem que os ácidos graxos ômega-3 podem ajudar a proteger os olhos da degeneração da retina e aliviar o desconforto do ressecamento dos olhos.
Pois é! Os nutrientes também são importantes na visão e o melhor ainda é que todos esses nutrientes citados são encontrados facilmente em uma alimentação variada e saudável!
Até os olhos se beneficiam com nossa alimentação!
Fica a dica: um novo olhar na alimentação que você realiza hoje pode significar benefícios imensos nos seus olhos e no seu organismo como um todo!

Referências utilizadas:

Tan JS, Wang JJ, Flood V, Rochtchina E, Smith W, Mitchell P. "Dietary antioxidants and the long-term incidence of age-related macular degeneration: the Blue Mountains Eye Study." Ophthalmology. 2008 Feb;115(2):334-41.

Miljanović B, Trivedi KA, Dana MR, Gilbard JP, Buring JE, Schaumberg DA. "Relation between dietary n-3 and n-6 fatty acids and clinically diagnosed dry eye syndrome in women." Am J Clin Nutr. 2005 Oct;82(4):887-93.

Age-Related Eye Disease Study Research Group. A randomized, placebo-controlled, clinical trial of high-dose supplementation with vitamins C and E, beta carotene, and zinc for age-related macular degeneration and vision loss: AREDS report no. 8. Arch Ophthalmol 2001;119:1417-36.

Snodderly  DM. Evidence for protection against age-related macular degeneration by carotenoids and antioxidant vitamins. Am J Clin Nutr. 1995; 621448S- 1461S.

Omega-3 Fatty Acids Protect Eyes Against Retinopathy, Study Finds. National Institutes of Health National Eye Institute. Disponível em <http://www.nei.nih.gov/news/pressreleases/062407.asp.>

terça-feira, 7 de maio de 2013

Comer peixe pode aumentar a longevidade!

Acho que todo mundo já ouviu falar que comer peixe faz bem para a saúde... e isso é a mais pura verdade!
Comer peixes ricos em ômega-3 com frequência pode realmente adicionar anos à nossa vida e isso foi confirmado em um estudo recente.
Os resultados do estudo mostraram que os idosos que têm maiores níveis sanguíneos de ômega-3 possuem 27% menos risco de mortalidade total e cerca de 35% menos chance de mortalidade por doenças do coração.
O estudo revelou que os adultos mais velhos, que tinham as maiores níveis sanguíneos de ácidos graxos encontrados nos peixes viveram, em média, 2,2 anos mais do que aqueles com níveis reduzidos.
Isso tudo reforça a importância de adequados níveis de ômega-3 para a saúde cardiovascular e sugere que esses benefícios podem realmente prolongar nossos anos de vida...
E ai, vamos comer um peixinho hoje...?
Referência utilizada: Dariush Mozaffarian, Rozenn N. Lemaitre, Irena B. King, Xiaoling Song, Hongyan Huang, Molin Wang, Frank M. Sacks, Eric B. Rimm, and David S. Siscovick. “Plasma Phospholipid Long-Chain Omega-3 Fatty Acids and Total and Cause-Specific Mortality in Older Adults,” Annals of Internal Medicine, 2013 Apr;158(7):515-525.

sábado, 4 de maio de 2013

A Cerveja e sua relação com Nutrição e Saúde

Como assim...? A cerveja está relacionada com a nutrição e com a saúde?
 
A resposta é sim!
 
A cerveja é uma bebida amplamente consumida dentro do jeitinho brasileiro de ser. E, por ser uma bebida seus efeitos em nossa saúde são estudados também...
Atualmente, a cerveja é a 3ª bebida mais popular do mundo e a bebida alcoólica mais consumida no mundialmente.
Mas... beber cerveja é bom?
A resposta você deve imaginar...
O que a literatura cientifica nos sugere é que ela pode ser boa desde que consumida em quantidades MODERADAS!!!
Os principais ingredientes contidos na cerveja são o lúpulo, a levedura utilizada para a cerveja, a cevada e a malte. Desta forma, a cerveja é uma bebida produzida a partir da fermentação de cereais.
Como vocês sabem, existem diferentes estilos de cerveja e cada estilo tem características especificas. Mas, no geral, as cervejas são capazes de conter nutrientes como folato, niacina, magnésio e potássio.
Estudos revelam que beber 1 cerveja por dia pode estar associado com um menor risco de doença cardiovascular... e as hipóteses formuladas para isso são várias:
- O folato encontrado na cerveja pode ajudar a reduzir a homocisteína no sangue, proporcionando um menor risco de doença cardiovascular;
- Alguns componentes da cerveja, em estudos experimentais em camundongos, parecem reduzir os níveis de triglicérides e de LDL colesterol;
- Existem evidências de que beber 1 cerveja por dia reduz a coagulação sanguínea e, em estudos realizados com pacientes com doenças cardiovasculares que bebiam 1 cerveja por dia tiveram maior sobrevida.
MAS ATENÇÃO!
É claro que isso não quer dizer que se 1 cerveja por dia traz beneficios, duas ou mais serão ainda melhores... Isso NÃO é verdade!
Os estudos também revelam que beber mais do que 1 cerveja ou qualquer outra bebida alcoólica por dia pode colocar muito álcool em nosso organismo, o que gera vários malefícios à saúde.
O consumo excessivo de álcool tem sido associado a vários problemas de saúde, por isso a moderação é definitivamente a palavra chave no que diz respeito ao consumo de cerveja.
Os estudos também apontam que o beneficio encontrado ocorre somente quando se consome 1 cerveja por dia, mas não quando se acumula e se bebe todas as 7 cervejas da semana em um unico dia! Além disso, beber grandes quantidades em um único momento sobrecarrega o nosso organismo com o álcool ingerido.
A ingestão de grandes quantidades de cerveja está associada com a ocorrência de danos no fígado, com aumento no risco de doença cardiovascular, osteoporose, doenças pancreáticas e até mesmo alguns tipos de câncer.
Vale ressaltar aqui que os benefícios que os estudos encontram no consumo da cerveja provavelmente não tem nada a ver com o álcool que ela contém, tanto que estudos realizados com cervejas que possuem baixo teor alcoólico e com cervejas sem álcool mostraram oferecer efeitos similares na proteção cardiovascular.
Um outro aspecto é extremamente importante abordar...
TODOS OS BENEFÍCIOS associados ao consumo cerveja PODEM SER ENCONTRADOS EM UMA ALIMENTAÇÃO VARIADA E SAUDÁVEL!
Além disso, a cerveja não traz beneficios pra todo mundo... para algumas pessoas é importante ter cautela ao consumir este tipo de bebida. Isso vale para: mulheres grávidas ou que estão amamentando (pois mesmo pequenas quantidades de álcool podem prejudicar o desenvolvimento do bebê); pessoas com doenças no fígado, no pâncreas, pessoas com gota, diabéticos, pessoas que estão tomando alguns tipos de medicações.... enfim, na dúvida converse com seu nutricionista e com seu médico para que estes avaliem cada caso especificamente.
A dica de hoje é: Beba com MODERAÇÃO!
Referências utilizadas:
Mayer, O Jr, Simon, J, Rosolova, H. "A population study of the influence of beer consumption on folate and homocysteine concentrations." Eur J Clin Nutr. 2001 Jul;55(7):605-9.
Gorinstein S, Zemser M, Lichman I, Berebi A, Kleipfish A, Libman I, Trakhtenberg S, Caspi A. "Moderate beer consumption and the blood coagulation in patients with coronary artery disease." J Intern Med. 1997 Jan;241(1):47-51.
Lee SJ, Terkeltaub RA, Kavanaugh A. "Recent developments in diet and gout." Curr Opin Rheumatol. 2006 Mar;18(2):193-8.
Bassus S, Mahnel R, Scholz T, Wegert W, Westrup D, Kirchmaier CM. "Effect of dealcoholized beer (Bitburger Drive) consumption on hemostasis in humans." Alcohol Clin Exp Res. 2004 May;28(5):786-91.
de Lorimier AA. Alcohol, wine, and health. American Journal of Surgery. 2000; 180: 357 – 361.
P. Degrace et al. Moderate consumption of beer reduces liver triglycerides and aortic cholesterol deposit in LDLr−/− apoB100/100 mice. Atherosclerosis 2006; 189: 328–335.