terça-feira, 16 de abril de 2013

Novidade entre o consumo de carnes vermelhas e o risco de doenças cardíacas

A carnitina, um composto abundante na carne vermelha e também adicionado em bebidas energéticas populares foi associada com a promoção da aterosclerose e obstrução das artérias do nosso organismo.

De acordo com a pesquisa publicada na revista Nature Medicine, as bactérias que vivem no trato digestivo humano metabolizam a carnitina, transformando-a em N-óxido de trimetilamina (TMAO), um metabólito associado com a promoção da aterosclerose em seres humanos.

Além disso, a pesquisa constata que uma dieta rica em carnitina promove o crescimento das bactérias que metabolizam a carnitina, agravando o problema através da produção de mais TMAO e contribuindo ainda mais para o processo de aterosclerose.

O estudo analisou os níveis de carnitina e de TMAO em onívoros, vegans e vegetarianos e examinou os dados clínicos de 2.595 pacientes submetidos a avaliações cardíacas eletivas. Com isso, eles perceberam que os pacientes que tinham maiores índices de doenças cardíacas (como ataque cardíaco e derrame) eram os que também apresentavam altos índices de carnitina e TMAO.
Ao oferecerem carne a 77 voluntários, incluindo indivíduos vegans e vegetarianos, os pesquisadores descobriram tipos específicos de micróbios do intestino associados aos níveis plasmáticos de TMAO e aos padrões alimentares, encontrando níveis basais de TMAO significativamente menores entre os vegans e vegetarianos em comparação com os onívoros.

Algo mais interessante ainda foi que, notavelmente os vegans e vegetarianos, mesmo após o consumo de uma dieta com grande quantidade de carnitina, não produziram níveis significativos de TMAO quando comparados com os onívoros que consumiram a mesma quantidade de carnitina.

Isso nos mostra que as bactérias que vivem em nossos tratos digestivos são influenciadas diretamente pelos hábitos alimentares que seguimos a longo prazo. Percebemos, através deste estudo, que uma dieta rica em carnitina é capaz de mudar a composição microbiana do nosso intestino, aumentando a susceptibilidade da formação de TMAO e seus efeitos ateroscleróticos.

Eles também examinaram os efeitos cardíacos da carnitina administrando uma dieta reforçada com este composto em ratos, descobrindo que o TMAO pode  influenciar o metabolismo do colesterol e diminuir o ritmo de remoção das placas de colesterol que se acumulam nas paredes das artérias.

O recado que esta pesquisa nos deixa e que também pretendo deixar também é de que é importante observar nossos hábitos alimentares... o excesso já sabemos que não é o melhor caminho e a exceção de vez em quando é interessante... contudo, a rotina alimentar possui grande impacto!

Referência utilizada: Robert A Koeth, et al. Intestinal microbiota metabolism of l-carnitine, a nutrient in red meat, promotes atherosclerosis. Nature Medicine ; published online 7 April 2013. doi:10.1038/nm.3145



 

Nenhum comentário:

Postar um comentário