terça-feira, 2 de abril de 2013

Ingestão excessiva de sal pode afetar o sistema imune

O sistema imune compreende os diversos mecanismos que o nosso organismo possui para nos defender de invasores externos como, por exemplo, as bactérias, os vírus, os fungos, etc...  Além disso, é o nosso sistema imunológico o responsável pela “limpeza” do organismo, através da retirada de células mortas, da renovação de determinadas estruturas, pela memória imunológica... Ele retira também do nosso corpo células alteradas, células que, quando não destruídas, podem gerar tumores.
De forma simples, podemos dizer que um sistema imunológico saudável é um sistema muito equilibrado e organizado, tal como um “exército”, onde cada uma de suas células agem como “soldados” com funções diferentes no mesmo objetivo de manter o nosso organismo funcionando normalmente ao eliminar quem o tire de seu estado de normalidade.
Recentemente dois estudos publicados na revista Nature sugerem que a quantidade de sal que consumimos diariamente pode influenciar este equilíbrio, incentivando indiretamente a produção excessiva de células do sistema imunológico e gerando um desequilíbrio nos nosso sistema imune.
Nestes trabalhos, os pesquisadores observaram a ação de um grupo de células imunitárias, conhecidas como células T, pois elas desempenham um papel importante na remoção de agentes patogênicos causadores de doenças e também de doenças auto-imunes (como a Tireoidite de Hashimoto, a Esclerose múltipla, a Artrite reumatóide, etc...). Eles estavam particularmente interessados ​​em como essas células T se desenvolvem.
Pesquisas anteriores sugeriram que alguns tipos de doenças auto-imunes poderiam estar vinculadas ao excesso de produção de um tipo de célula imunológica chamada TH17, um tipo de célula T que protege contra patógenos.
No entanto, as células Th17 também têm sido implicados em doenças como a esclerose múltipla, psoríase e artrite reumatóide e os tratamentos para algumas destas doenças, tais como a psoríase, envolvem a modulação da função das células T. Nestas doenças, percebeu-se uma superprodução de células Th17.
Em um dos estudos, ao manipular os níveis de sal em células de ratos cultivadas, identificou-se que quanto maior a quantidade de sal, maior era também a expressão de uma proteína que contribuía para o aumento da produção das células Th17 (Wu C et al., 2013). Tais achados se confirmaram no estudo de Kleinewietfeld et al. (2013) , que identificou que a ingestão de sal dietético aumentada pode representar um fator de risco para o desenvolvimento de doenças auto-imunes, através da indução do aumento da produção de células patogénicas Th17, tanto em modelo animal, quanto em células humanas.
Essas informações não devem nos deixar atordoados... devem somente reforçar que no nosso organismo nada em excesso é bom... um exemplo disso é que a gente já sabe da relação do sal com o aumento da pressão arterial sistêmica... a mensagem final que quero trazer neste post é que, consumindo as quantidades adequadas (sem exagerar) dos alimentos, inclusive do próprio sal, objeto deste estudo, garantimos nossas necessidades nutricionais e também que tudo permaneça em equilíbrio no nosso corpo!
 
Referências bibliográficas:
 
Wu C and others. "Induction of pathogenic Th17 cells by inducible salt sensing kinase SGK1"; Nature, published online 6 March 2013.
Kleinewietfeld M and others. "Sodium chloride drives autoimmune disease by the induction of pathogenic Th17 cells"; Nature, published online 6 March 2013.

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