O sistema imune compreende os diversos mecanismos que o nosso
organismo possui para nos defender de invasores externos como, por exemplo, as
bactérias, os vírus, os fungos, etc... Além disso, é o nosso sistema imunológico o responsável
pela “limpeza” do organismo, através da retirada de células mortas, da
renovação de determinadas estruturas, pela memória imunológica... Ele retira
também do nosso corpo células alteradas, células que, quando não destruídas,
podem gerar tumores.
De forma simples, podemos dizer que um
sistema imunológico saudável é um sistema muito equilibrado e organizado, tal
como um “exército”, onde cada uma de suas células agem como “soldados” com
funções diferentes no mesmo objetivo de manter o nosso organismo funcionando
normalmente ao eliminar quem o tire de seu estado de normalidade.
Recentemente
dois estudos publicados na revista Nature
sugerem que a quantidade de sal que consumimos diariamente pode influenciar
este equilíbrio, incentivando indiretamente a produção excessiva de células do
sistema imunológico e gerando um desequilíbrio nos nosso sistema imune.
Nestes
trabalhos, os pesquisadores observaram a ação de um grupo de células
imunitárias, conhecidas como células T, pois elas desempenham um papel
importante na remoção de agentes patogênicos causadores de doenças e também de
doenças auto-imunes (como a Tireoidite
de Hashimoto, a Esclerose múltipla, a Artrite reumatóide, etc...).
Eles estavam particularmente interessados em como essas células T se desenvolvem.
Pesquisas
anteriores sugeriram que alguns tipos de doenças auto-imunes poderiam estar vinculadas
ao excesso de produção de um tipo de célula imunológica chamada TH17, um tipo
de célula T que protege contra patógenos.
No
entanto, as células Th17 também têm sido implicados em doenças como a esclerose
múltipla, psoríase e artrite reumatóide e os tratamentos para algumas destas
doenças, tais como a psoríase, envolvem a modulação da função das células T.
Nestas doenças, percebeu-se uma superprodução de células Th17.
Em
um dos estudos, ao manipular os níveis de sal em células de ratos cultivadas, identificou-se
que quanto maior a quantidade de sal, maior era também a expressão de uma
proteína que contribuía para o aumento da produção das células Th17 (Wu C et al., 2013). Tais achados se
confirmaram no estudo de Kleinewietfeld et al. (2013) , que identificou que a ingestão de sal dietético aumentada pode
representar um fator de risco para o desenvolvimento de doenças auto-imunes,
através da indução do aumento da produção de células patogénicas Th17, tanto em modelo animal, quanto em células humanas.
Essas
informações não devem nos deixar atordoados... devem somente reforçar que no
nosso organismo nada em excesso é bom... um exemplo disso é que a gente já sabe
da relação do sal com o aumento da pressão arterial sistêmica... a mensagem
final que quero trazer neste post é que, consumindo as quantidades adequadas (sem exagerar) dos alimentos, inclusive do próprio
sal, objeto deste estudo, garantimos nossas necessidades nutricionais e também que tudo permaneça em
equilíbrio no nosso corpo!
Referências bibliográficas:
Wu C and others. "Induction
of pathogenic Th17 cells by inducible salt sensing kinase SGK1"; Nature, published online
6 March 2013.
Kleinewietfeld M and others. "Sodium
chloride drives autoimmune disease by the induction of pathogenic Th17 cells"; Nature, published online
6 March 2013.
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