Há muito tempo, temos visto muitas noticias e informações que às vezes até nos confundem sobre o que não comer, o que cortar fora da dieta, o que evitar. Essa tendência de fazer dietas restritivas se tornou tão extrema que têm-se divulgado por aí dieta após dieta incentivando as pessoas a cortar grupos alimentares inteiros para perder peso. Mas talvez seja hora de "eliminar o negativo" e "deixar pra lá" pelo menos por um momento, para refletir um pouco sobre cortar alimentos e grupos alimentares da nossa alimentação diária.
Na última década, vimos o foco das recomendações nutricionais e orientações políticas se moverem mais para o negativo... o que é "pecaminoso" na nossa alimentação e quais os alimentos devem ser eliminados, restritos ou tributados por causa de seu teor de gordura, açúcar, calorias, sódio, etc... Mas, no meu dia-a -dia percebo que fabricar uma lista cada vez maior de "alimentos vilões" não está funcionando muito para nós (assim como, por exemplo, a proibição do álcool não funciona há quase um século). Em vez de ver o alimento como o inimigo, vamos ver o que podemos "fazer" para comer de forma saudável e gastar menos tempo com os "nãos". Uma abordagem positiva para comer também leva em conta as tradições familiares culturais, bem como de custo e conveniência, permitindo que as pessoas possam comer com alegria e flexibilidade em seu cotidiano.
Respeitar os gostos as preferências alimentares de uma pessoa deve algo muito relevante também... afinal ninguém come somente para se nutrir, mas também para sentir o gosto, "lamber os dedos", relembrar o "tempero da infância", se sentir acolhido, feliz na roda de amigos... sentir prazer no que se come, sentir-se SATISFEITO de forma ampla! Essa abordagem do que comer é parte de um novo jeito positivo, equilibrado e realista de pensar na alimentação e, mais do que isso, nos hábitos alimentares!
Afinal a cultura brasileira já diz há um bom tempo que "tudo que não é permitido é mais gostoso"... e, dessa forma, percebo na minha prática profissional que pessoas que restringem alimentos ou que são aconselhadas por dietas mirabolantes a eliminar seus alimentos favoritos só vão torná-los cada vez mais atraentes para si. E daí surge um outro sentimento ao consumir tais alimentos: a CULPA!
E, na minha opinião, a culpa resultante não deveria ser uma emoção ligada à alimentação. Comer deve ser agradável e livre de emoções negativas!
Em um estudo citado por Michael Pollan, em seu livro "Em Defesa da Comida: Manifesto de um Comedor" os americanos e franceses foram convidados a manifestar emoções associadas ao comer um bolo de chocolate. Americanos disseram culpa. O francês disse que era celebração. Em qual resposta você prefere estar? Em qual resposta você está?
A resposta de um dilema tão pragmático do nosso dia-a-dia é o EQUILÍBRIO!
Por isso, minha primeira mensagem às portas do final de semana é: desfrute de suas celebrações! Aprecie e saiba apreciar a sua comida e os bons momentos a ela reservados! Tire um tempo para saborear o que você come! Tenha equilíbrio!
Referência utilizada: http://www.healthyeating.org/
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