Nessa última semana o
feriado fez com que alguns dos leitores pensassem e viessem me fazer umas perguntas
muito interessantes sobre como o estresse influencia na alimentação, afinal
quando temos um feriado em que podemos relaxar um pouco, percebemos o quanto o
estresse do dia-dia afeta nossa qualidade de vida e também nossos hábitos
alimentares...
Então o post de hoje
é dedicado aos meus leitores que andam “estressados”, mas que querem entender o
que acontece dentro do seu corpo que faz com que o apetite oscile tanto nos períodos
em que o estresse é maior.
Primeiramente é
importante saber que o estresse afeta cada pessoa de um jeito diferente.
O estresse pode ser
definido como "a resposta generalizada do organismo a qualquer fator que
domine ou ameace as habilidades do corpo em manter seu equilíbrio".
Vários fatores podem
induzir uma resposta do corpo ao estresse:
- Químicos (redução
de oxigênio, desequilíbrio ácido-base);
- Fisiológicos (choque
hemorrágico, dor);
- Psicológicos e/ou
emocionais (ansiedade, pressão psicológica, medo, tristeza) – esse que é aquele
que mais atinge o homem “moderno”;
- Sociais (conflitos
pessoais, mudança no estilo de vida).
Além disso, esses
agentes estressores podem durar por um curto prazo de tempo (sendo momentâneo)
caracterizando um estresse agudo, ou ocorrer diariamente por um período maior
de tempo, o que é chamado de estresse crônico.
As respostas ao
estresse agudo ou crônico podem levar a alterações fisiológicas que incluem o
esvaziamento gástrico mais lento, a elevação da pressão arterial, ao aumento da
frequência cardíaca, a mobilização de reservas de energia e a diminuição do
fluxo sanguíneo para os órgãos não essenciais.
Geralmente, um
estresse agudo está associado com falta de apetite, enquanto que um estresse
crônico comumente está relacionado com o aumento do apetite e aos exageros
alimentares.
Isso porque, quando nosso
organismo sofre um estresse agudo, o corpo reage como se isto fosse uma ameaça
à segurança pessoal, gerando uma resposta fisiológica de "fuga ou luta”. Nesse
caso, ocorre uma ativação do sistema simpático, com liberação de catecolaminas
(adrenalina e noradrenalina), o que resulta na supressão do apetite.
Contudo, a exposição do
organismo a um estresse crônico, como por exemplo, as pressões no ambiente de
trabalho ou situações que agridem nossa saúde mental por um bom tempo, geram um
outro efeito no organismo, em que ocorre a hiperativação do eixo hipotálamo-hipófise
-adrenal, liberando corticosteróides, que por sua vez estão associados ao
aumento do apetite e ao acúmulo de gordura abdominal.
Mas o que eu faço
diante de tudo isso?
Inicialmente,
acredito que a informação nos ajuda a conhecer melhor nosso corpo e, sabendo
melhor como ele funciona, podemos nos conscientizar e perceber o quanto o
estresse do dia a dia é capaz de alterar o jeito com que nosso organismo
funciona. Eu citei somente alguns aspectos, mas você já pode imaginar o quanto
o estresse prejudica o funcionamento normal do organismo.
Então, se você já
sabe que o estresse não faz bem para você e que ele está trazendo consequências
negativas para a sua vida cotidiana talvez seja hora de você parar para pensar
e definir estratégias para melhorar sua qualidade de vida e sua forma de lidar
com o estresse rotineiro.
A alimentação com
certeza pode te ajudar nisso... seu organismo numa situação de estresse crônico
pede que você consuma alimentos... isso é fisiológico... mas como evitar que
ele peça isso? Será que sua rotina diária está favorecendo isso? Saiba que os
estudos mostram que a atividade física ajuda muito nesses casos e alivia o
estresse e a tensão do dia-dia, além de ajudar a queimar calorias extras...
Além disso, quando seu
corpo “pede” para você comer, quais alimentos você tem consumido? Existem
opções que podem te ajudar nesse momento a aliviar essa vontade e a aumentar a
saciedade sem comprometer sua dieta equilibrada... para isso, procure um
nutricionista capacitado para te ajudar. Cuide de você!
Fica a dica!
REFERENCIA UTILIZADA: Torres
SJ, Nowson CA. Relationship between stress, eating behavior, and obesity. Nutrition. 2007
Nov-Dec;23(11-12):887-94. Epub 2007 Sep 17.